Entrevista: Nana Lees


Sobre a autora: Nádia Lise, 28, São Paulo. Comecei a escrever aos 11/12 anos quando descobri que tinha preguiça de desenhar minhas histórias e, para não perder o fio da meada, acabei escrevendo um livro de tudo que eu teria que desenhar. Então larguei o desenho e virei escritora. xD 
Tenho gostos variados, mas os que me pegam no dia a dia são: Livros, games, mangás, músicas antigas e procrastinar o dia inteiro (HUEBR).

Título: Nostalgia (Engrenagens #1)
Autora: Nana Lees
Editora: Buriti (Versão impressa) / Amazon (Ebook)
Ano: 2014
Páginas: 520


Sobre o livro: Uma garota acorda em um trem sem saber quem é, começa então a viver como se não houvesse ontem e, com a ajuda de um amigo, Frank, descobre o mundo em suas alegrias e tristezas. Ele não compreende a ingenuidade que a menina expõe e acaba por querer protegê-la, se apaixonando sem perceber. Em meio às aventuras da dupla, ambos acabam em um Colégio Militar, e é lá que a garota começa a crescer da pior maneira possível. Através dos novos – e rebeldes – amigos, e com o fatídico afastamento de Frank, ela nota a mecânica do mundo e a forma com que ele transforma o ser humano em máquina, sem perceber. Nos mínimos detalhes entre a obrigação de ser de um jeito ou agir de outro. Confusa, não entende que aquela mecânica também está inserida em seu próprio corpo.
Através desta história, a autora mostra a trajetória de um ser puro e indefeso a se tornar o vilão, usufruindo de metáforas para demonstrar o que a falta de alicerce na infância pode fazer.

Você aceitaria a perfeição?

Entrevista

Como nasceu Nostalgia? E como foi a escolha do título?

R: Nostalgia nasceu de um sonho (acho que todo autor ou artista tem disso xD) que eu tinha quando nova. Sonhava muitas vezes essa mesma situação e acabava acordando com a tal da sensação nostálgica. Apenas o pano de fundo é centrado no sonho, no caso: Menina encontra menino. No meu sonho um vizinho era meu amigo, um garotinho. E eu também era nova. E algo acontecia que eu devia deixá-lo pra trás. O título veio por conta do sonho mesmo.

Você já tinha a intenção de levar isso pra frente e publicar ou teve isso como um hobbie ou uma brincadeira?

R: Acho que escrevo mais pra mim mesma. Lógico que os escritores querem e sonham em ser lidos, mas é bem difícil se basear nisso aqui no Brasil. Saber que eu me sentia bem só por escrever pra mim foi minha esperança. Desanima saber que precisa de todo um "dossiê" para ser escritor lançado nesse País. Mas aquela vontadezinha de lançar sempre tem. Mesmo que de maneira simples, como em e-book, e sem ganhar nada.

Nostalgia foi sua primeira criação ou teve mais coisa antes?

R: Eu escrevo desde nova, porém Nostalgia foi o primeiro livro que terminei. Tive várias histórias que abandonei por diversos motivos, uma delas talvez eu retorne a escrever. Mas só futuramente.

Você já se sentiu insegura alguma vez sobre não dar certo e ter de abandonar a ideia do livro?

R: Me sinto insegura sempre, mas não pelo que escrevo e sim pela problemática de lançamento. Por isso sempre tento focar no meu prazer em escrever. Acho que acreditar em si mesmo é o primeiro passo e abandonar nunca foi uma opção. Meu livro tem diversas vertentes que considero boas e foram pesquisadas, então acredito realmente nele. E existem outras pessoas que também acreditam. Quando se tem essa espécie de segurança, é bom ter alguém que leia e te dê dicas e críticas boas para que você consiga entender o que quer expressar e o que na verdade está expressando.

Qual foi a reação das pessoas próximas a você? Teve muito apoio? 

R: Não muito. Acho que são raros os pais e amigos que dão valor ao fato de se ter um amigo escritor. Não no sentido de caçoar ou não te apoiar, mas no sentido de descrença mesmo. Ser escritor muitas vezes é visto como "ser um vagabundo". Não trabalhar realmente. As pessoas acham que é fácil sentar e escrever algo que dê certo. E, como já disse, o País não nos dá animo algum para seguir esse caminho. Acho normal que as pessoas tenham certa descrença, assim como muitos atores sentiram isso na pele antes de conseguirem realizar um sonho. Essa é a problemática de artistas num País que não preza pela Cultura, não totalmente. A gente acaba tendo receio, medo, de tentar e quebrar a cara. Não por falta de talento, mas por falta de apoio em geral. Mas a minha dica é: Não desista. Se é realmente o que quer, mesmo que você faça aos poucos, não desista.

Você tem alguma fixação por trens? hahaha Tive que perguntar isso.

R: Tenho!!! Hahuhauha Deu pra perceber? xD Pois é. Outro sonho recorrente que eu tinha na infância era com trens. E também não era um sonho muito feliz. Aproveitei para deixar esse meu gostinho nostálgico na história. Sem contar que sempre fui fanática por clipes musicais. E existia um que tinha cenas com trens que acabaram me inspirando. Para quem quiser saber qual e dar uma olhada no tanto que me inspirei no clipe (foi bastante), é da banda antiguinha chamada A-ha e se chama "Crying in the rain". E, sim, a música estará na playlist dos próximos livros.

Como foi a escolha da playlist do livro? Imagino que tenha dado um pouco de trabalho.

R: Menina! Olha...algumas eu tinha certeza de que apareceriam e quando apareceriam. Mas outras eu fui achando de acordo com o que queria mostrar. As letras de todas as músicas, INTEIRAS, dizem tudo sobre o fechamento do capítulo então foi um pouco complicado, mas não impossível. Porém confesso que muitas vezes parei de escrever por dias, meses, só por não encontrar a música perfeita.

Pra finalizar: um recadinho para seus atuais e futuros leitores.

R: Espero, sinceramente, que gostem do livro. Mas principalmente que tentem ler o que estou escrevendo nas entrelinhas. O que mais me alegra é quando um leitor vem até mim, questiona algo e já demonstra que pegou uma ideia que sei que está lá. O melhor do livro está nas entrelinhas. Essa é minha dica central. E claro, espero que se divirtam, que dialoguem sobre e que conversem comigo suas dúvidas e amores, e até mesmo seus desafetos com o que escrevi. Aguardem muitas loucuras e mudanças no próximo livro e Beijão para todos os meus Corocos! (é minha maneira carinhosa de chamar meus leitores, pois sou uma Coroca mór!) =P

E aí, você aceitaria a perfeição?
xoxo :*

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